Alternativas ao uso do tablet e telemóveis com os mais pequeninos!
Fico abismada quando vejo bebés e crianças já de tablet e telemóvel nas mãos. Às vezes são tão pequeninos que nem os conseguem ainda pegar, mas há sempre qualquer coisa que os apoia na mesa onde almoçam ou no espaço onde deveriam brincar. O pai, a mãe, um tio, um amigo, um irmão, … todos se voluntariam para os expor à tecnologia desde bem cedinho. Parece até que é já obrigatório que os miúdos tenham de ver o Panda, a Masha ou a Patrulha Pata enquanto comem, ou serão inferiores aos filhos dos amigos se não o fizerem.
Que orgulho desmedido sinto na voz de alguns pais quando dizem “Ai, ele adora o Panda! Come a sopa toda enquanto vê os vídeos!”. Boa mamãs e papás! Que bom! Mas, durante quanto tempo? O bebé está disponível para descobrir o que come? Está receptivo para os novos sabores, paras as novas texturas? Estará alerta para um possível engasgo e sua resolução? Fica a reflexão.
E o atraso de linguagem que já se prova existir em crianças que usam estes dispositivos desde os primeiros meses e mesmo dias de vida? A sobreestimulação a que estão sujeitos? Tudo isto deveriam ser dados a ter em conta! Sim, é mais fácil e cómodo, … as refeições demoram menos tempo, os pequenos ficam mais sossegados, … isto a curto prazo! Mas, como será a longo prazo? Sim, porque depois eles ganham vontade e nós já pouco mandamos em relação ao que eles vêm! O que parece muito engraçado ao início, e nos alivia, depois torna-se desconfortável. É verdade, porque para mim não é normal que enquanto os pais e familiares almoçam ou jantam uma criança esteja completamente alheada do mundo e de todas as pessoas, apenas focada num ecrã! Falta de educação mesmo, é o que acho pessoalmente! Longe vão os dias em que reunir-nos em redor da mesa era um momento sagrado de partilha, de diálogo, … Hoje em dia, se for preciso, há um telemóvel ou mais por pessoa, para miúdos e graúdos, … cada um fechado no seu “imenso mundo virtual”! Que pena, ..que tristeza, …
Nós, tentamos sempre rebater esta realidade. A pequena nem pede, pois não conhece… sabe que o telemóvel é da mamã ou é do papá, .. que não deve mexer, … poucas vezes a ele tem acesso, e quando tem, parece que fica elétrica, completamente alterada. É estímulo a mais, não podemos permitir!
Assim, enquanto nos sentamos num restaurante e a maior parte das mesas tem adultos e crianças absorvidas na tecnologia, nos vamos à mochila da Eva e fazemos magia. Sai livro pequenino, … do corpo, das frutas, das formas, … com janelas, sem janelinhas, … (Muitas dicas aqui, com a marca que representamos, com livros desde 0,75€ – podem encomendar na página – https://www.facebook.com/media/set/?set=a.2048612938485926&type=1&l=d304356baa)! E então nós rimos, perguntamos, … brincamos, sorrimos, … estamos ali, a dois, a três, unidos em redor de algo que nos enriquece e nos faz passar tempo juntos!
Depois saem os pequenos lápis de cor, … o livro de pintar em miniatura, … ou colorimos as bases de papel que estão na mesa, … desenhamos o sol, as árvores, o céu, os pássaros, .. aprendemos novas palavras, conhecemos o mundo, … Do outro lado, de algumas mesas, outros pais olham para nós como se nós é que fossemos os estranhos, … e somos, … nos dias que correm, parece que somos! Mas não me importo!
Um livro, uma pequena caixa de lápis, preenchem muito mais os momentos em família,… e os guardanapos viram fantasmas, com pequenos olhitos e boca, … e imitamos com eles vozes fracas, fortes, … de menino ou de menina, … misteriosas, curiosas, assustadas…. Que melhor para alimentar a imaginação, para dar asas à criatividade e não alimentar a dependência dos mais pequenos das tecnologias?
É tempo que aproveitamos com eles, … tempo em que largamos também nós os nossos telemóveis. Em que somos só nós e eles, as nossas brincadeiras, a nossa cumplicidade. Arrisquem. A refeição é mais chata, menos confortável? Mentira! Será ainda mais animada e eles ficarão felizes por todas estas partilhas. A vantagem? Livros e lápis não ficam sem bateria e não consomem dados! 🙂
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