Estimular e avaliar a audição,… motivar a linguagem!

Por joanaterapeuta em

A Eva tem 6 meses, feitos há poucos dias! Se falar em estimulação da linguagem quase toda a gente me diz: mas ela ainda não fala, nem vai falar antes de fazer um ano, sensivelmente! Sim, verdade, é pouco provável que aconteça, mas como Terapeuta da Fala, e como muitos pais e educadores já vão sabendo, vos digo que todos os dias e meses contam no que respeita à estimulação da linguagem.

Para quem acompanha o blog regularmente, sabe que este tema da estimulação da linguagem já foi abordado várias vezes (“Estimulação da linguagem culinária!”, “Os pés e todo um mundo de aprendizagens”, “Palreio, lalação, … vamos conversar?”, “Tu vestes-me… eu aprendo!”, “Estimulação da linguagem em bebés, … o “super poder” de pais e educadores!”, entre outros textos anteriores são alguns exemplos) e conhece por isso a viabilidade de estimular esta competência, ainda em terna idade. Aliás, se assim não for, os comprometimentos futuros serão grandes!

Ora vejamos: apenas fazemos e reproduzimos o que vemos, ouvimos e presenciamos! Se a criança não é exposta à linguagem desde cedo nem é sensibilizada para ela e para a sua importância, mais tarde poderão surgir os atrasos de desenvolvimento da mesma! Claro que sim, eles são o que são, mas sabendo nós que podemos fazer algo em prol disto, porque não o fazer?

A par da linguagem, e sem se dissociar dela, temos a questão da audição. E através dela que a linguagem se inicia, pois a criança vai ouvindo, vai captando modelos daquilo que será a sua linguagem futura. De certo que crianças que crescem a ouvir falar de aviões terão este vocabulário bem presente no futuro. Da mesma forma que crianças que são criadas no campo dominam muito melhor o vocabulário que se refere aos animais, às lides da agricultura, aos legumes e a todos os produtos que a terra dá! Pois é, a experiência, as vivências diárias, são bases imprescindíveis daquilo que será a futura linguagem dos nossos pequenos heróis.

Ainda na semana passada, num post sobre brincadeiras e brinquedos “low cost” falávamos de pequenas “engenhocas caseiras”: os tubos de drageias de chocolate com arroz lá dentro, pequenas caixas transparentes com massa, caixas plásticas com bolas e outros objectos que produzam sons diferenciados, as caixas de música, os brinquedos sonoros, … todos eles, mais caros ou mais improvisados são ótimos aliados! Podemos começar por produzir som com eles em frente às crianças, mostrar-lhes que há sons distintos, …. Depois podemos tentar que nos imitem, realizando movimentos que conduzam à produção de som com os mesmos objectos, por exemplo, agitando-os! E se surpreendermos a criança mexendo um destes brinquedos longe do seu alcance, tentando que ela localize a fonte sonora? Em cima, a trás, dos dois lados, … Esta é uma boa forma de fazer, de algum modo, um simples e continuo “rastreio auditivo caseiro”, na tentativa de perceber eventuais problemas que possam, mais tarde, comprometer a aquisição e desenvolvimento da linguagem.

Como Terapeuta da Fala, já por várias vezes estive diante de crianças que, à partida, são envergonhadas, falam pouco, trocam muitos sons e têm discursos pouco perceptíveis. Quando aprofundamos as questões até à questão da competência auditiva, muitas vezes descobrimos crianças que fazem inúmeras otites por ano, que não ouvem os pais quando estes os chamam de outra divisão da casa, que olham fixamente para os seus lábios na tentativa de os ler, compensando as falhas auditivas, … Nunca é demais estar alerta, pois a linguagem e, mais tarde, as competências de leitura e escrita, intimamente relacionadas, agradecerão.

Pais e educadores, é simples: estimulem a audição dos vossos pequenotes! Percebam se está tudo bem, se o som lhes desperta a atenção. Não tenham receio de ter conversas com os mais novos, eles não nos respondem (respondem à sua maneira, claro!), mas absorvem cada palavra, cada som, criando memória deles! Não é por acaso que, quando mais velhas, certas crianças nos surpreendem com certas palavras “caras” e pouco usuais! Só as dizem porque as ouviram! Porque desde tenra idade a memória auditiva está lá, prontinha para ser preenchida! Usem e abusem dos brinquedos auditivos, que ao mesmo tempo estimulam também a linguagem e a motricidade dos vossos bebés! As rocas, as maracas, os chocalhos! Tudo vale! O bebé já reage quando ouve a voz da mãe ou outras familiares?! Boa! Já vira a cara quando ouve o seu nome ser chamado? Melhor ainda! Cá em casa estamos a entrar nessa fase! Quando menos derem conta, … surge a primeira palavra do vosso bebé! Será mamã,… papá, …? Por aqui já se fazem apostas!

 


2 comentários

carlosamaralphotography · 31 de Janeiro, 2017 às 12:02

Concordo! É muito importante esta estimulação!

    joanaaterapeuta · 31 de Janeiro, 2017 às 12:14

    Todos os pais e educadores o podem e DEVEM fazer!!! É realmente importante!

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