Papinha caseira de farinha de arroz!
E como não podia faltar à minha palavra e às promessas dos últimos dias, cá estou hoje, de novo, para partilhar uma receita apta para bebés logo desde os 4 meses, pois não contém glúten! Hoje trago-vos a sugestão de papinhas caseiras feitas com farinha de arroz!
Por ser uma farinha simples e sem glúten entra na composição da maioria das papinhas de pacote que encontramos no supermercado com indicação “4+”, ou seja, desde os 4 meses! Não é por acaso que quando estamos adoentados e com um estômago que pouco ou nada tolera, nos mandam comer flocos de arroz, o tradicional “nestum de arroz” e outras papas do género. Assim, este é um alimento extremamente acessível para os mais pequeninos, podendo mesmo constituir a primeira papinha, quando completam os 4 meses!
Sou totalmente a favor do aleitamento materno exclusivo até aos 6 meses de idade, tal como sugere a Organização Mundial de Saúde, mas infelizmente vivemos num país onde a licença de maternidade devidamente paga não vai muito além dos 4 meses. Assim, muitos bebés têm mesmo que entrar para creches e amas logo nesta fase, o que impede a continuidade do aleitamento exclusivo. Para estes bebés e para estas mamãs, que se preocupam em dar os melhores alimentos logo desde a primeira etapa de vida, aqui fica uma solução ideal, simples e muito económica.
Esta farinha pode ser comprada, tal como outras, junto à área das farinhas convencionais. A marca “ceifeira”, que me habituei a ver desde cedo nas bancas da cozinha da minha mãe e avós, para fazer o arroz doce, tem uma versão numa económica embalagem de 500 gramas. Depois, há sempre outras possibilidades e marcas na zona bio dos supermercados, algumas delas mais caras por serem preparadas com arroz integral. Se pretenderem e tiverem um bom liquidificador, basta fazer a trituração direta dos grãos de arroz em velocidade máxima. Eu, pessoalmente, prefiro a primeira versão, já preparada! A embalagem dá para imenso tempo, dadas as quantidades utilizadas!
Vamos então à nossa receita! O princípio é o que já fui indicando noutros textos: por cada colher de sopa de farinha, utilizar 60 ml de água fria. Por norma faço a papinha para a Eva com 3 colheres de sopa de farinha de arroz e 180 ml de água. Basta deitar a farinha na água fria e mexer até dissolver, de forma a evitar grumos. Depois, é só levar ao lume e mexer sempre, até que ganhe consistência. Não demora mais que dois ou três minutos!
A papinha pode ser dada assim aos pequenotes ou com a fruta que já tenham introduzido. Sugiro as frutas que primeiramente são recomendadas: maçã, pêra e/ou banana! As possibilidades são imensas:
- Podemos adicionar maçã cozida, pêra cozida ou as duas misturadas.
- A banana cozida é também uma possibilidade, mas adicioná-la crua, bem madura e esmagada é uma versão bem mais simples e rápida.
- Se não tiverem fruta cozida no momento e quiserem juntar algo mais à papinha, podem sempre ralar maçã ou pêra no momento. Com a papinha quente, os pequenos pedacinhos de fruta ficam como que cozinhados. Basta adicioná-los à farinha e aguardar um ou dois minutos para que fiquem incorporados e dêem sabor à papinha. Se preferirem podem mesmo adicionar a fruta até durante a cozedura da farinha, cozinhando-a ainda mais!
Para enriquecer as papinhas, e em mamãs que ainda estejam a amamentar, pode reduzir-se um pouco a quantidade de água usada na preparação. Assim, as papinhas ficarão mais “grossas” que o habitual. No final da sua cozedura pode juntar-se um pouco de leite materno, até se obter a consistência desejada.
Para as mamãs e papás, estas papinhas também funcionam como um ótimo lanche ou pequena refeição. Para nós, que estamos acostumados e, de certa forma, viciados nos sabores que conhecemos da indústria e de todos os produtos que ingerimos, esta papinha pode parecer-nos sem sabor mas, de fato, ela é do mais natural que pode existir. Para os nossos pequenotes, que não têm outras referências, nem têm o paladar condicionado por outros alimentos, será uma novidade apetitosa, uma nova consistência para além da que conhecem do leite, seja ele materno ou de suplemento. Nesta fase em que tão curiosos ficam por novos sabores e texturas, é o momento ideal para os introduzir neste mundo da alimentação saudável e cuidada. Quando forem adultos, o seu paladar estará mais que familiarizado com esta tipologia de alimentos, não necessitando de outros alimentos nocivos, com sabores artificiais, repletos de corantes, conservantes e aditivos! Os bons hábitos vêm do berço e cabe-nos a nós, desde logo, orientar os nossos pequenos no melhor caminho possível.
Então, para o gosto mais “requintado” dos papás, sugiro que juntem a esta papinha pequenos pedaços de fruta à vossa escolha, seja ela maçã, pêra, banana, ou mesmo várias em conjunto! Podemos mesmo fazer uma versão com pedaços da que oferecemos aos nossos filhotes, aproveitando o que sobra da peça de fruta ralada, caso não a comam por inteiro. Adicionar canela e umas gotas de limão é também uma possibilidade que aprecio. Para quem já se converteu ao mundo das sementes, juntar sementes de girassol, linhaça, sésamo e outras pode também ajudar a converter este lanche num apetitoso e saudável pitéu!
Volto a relembrar: estas papinhas podem ser feitas na hora, podem ser congeladas para levar num passeio ou para a creche durante a semana ou podem mesmo ser feitas de véspera ou na própria manhã! Depois basta aquecer em banho-maria!
E porque não há nada melhor do que partilhar, partilhem estas receitas com quem mais gostam, introduzam aos vossos bebés, mesmo aos mais crescidinhos! Partilhem também comigo e com todas as mamãs as reações de pequenos e graúdos a estas papinhas saudáveis! Aguardo ansiosa, com a promessa de que em breve vos trarei novidades!
7 comentários
carlosamaralphotography · 20 de Março, 2017 às 11:24
Nham nham!!
joanaaterapeuta · 20 de Março, 2017 às 13:52
Muito boas mesmo!!
Fabiana · 21 de Abril, 2019 às 0:55
Então ao invés da água posso fazer com fórmula?
joanaaterapeuta · 21 de Abril, 2019 às 10:09
Olá Fabiana, bom dia!
Sugiro que não cozinhe a papinha no leite de fórmula, pois assim perde algumas das propriedades. Faça a papinha com menos quantidade de água, para ficar grossa e pastosa e só depois junte o leite. Assim consegue a textura normal e não perdeu propriedades com o calor da cozedura da farinha! Beijinhos. Estou sempre ao dispor. Boa Páscoa. 🐰
sofia · 3 de Abril, 2017 às 22:19
Olá. Hoje esmaguei uma pêra e uma banana e adicionei uma colher de sopa de farinha de arroz. Não cozi a fruta e a farinha dei assim em cru. Fiz mal?
joanaaterapeuta · 4 de Abril, 2017 às 7:49
Olá Sofia! Eu cozinho sempre a farinha. Apenas a farinha de aveia junto em cru! Mas sei quem junte em cru esta também. Não sei dizer se assim faz mal, mas prefiro cozinhar, pois com a agua e a cozedura a farinha ganha consistência e temos uma papinha, e nao apenas a fruta com o ‘pó da farinha’, visto que deve ficar uma textura diferente. Questione um nutricionista e veja o que ele diz também. Um beijinho
Lanche “natural” para bebés… fora de casa! – Joana a Terapeuta… e a Mãe! · 28 de Março, 2017 às 19:53
[…] papinha caseira, tal como já a ensinamos a fazer aqui no blog (https://joanaaterapeutaeamae.wordpress.com/2017/03/19/papinha-caseira-de-farinha-de-arroz/) […]